A Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte (SPVARN), é uma associação literária e artística de utilidade pública, democrática, sem fins lucrativos, com 27 anos de existência e 68 associados de importante atuação no meio cultural do Estado. Nesta coluna, dominicalmente os leitores serão contemplados com autores e autoras de diversos estilos e gêneros literários. 5w703w
Prezados(as) leitores(as),
O poeta, professor, letrista e músico Marcelus Bruce, enviou para a coluna SPVARN desse domingo, um “chamingo” cheio de saudosismo, cujo título é: “A Galeria do Povo”. Tal escrito é um agitador cultural, desde os tempos do Movimento Mimeógrafo. Fez parte das coletâneas “AINDA ESTAMOS VIVOS (1981)”; “CIO POÉTICO (1982)”; “ANTOLOGIA POÉTICA DO SINTSERP (2018)”; “ À MARGEM DA VIDA (2023);“ANTOLOGIA NAS NUVENS” (2024); ANTOLOGIA SEM AMOR EU NADA SERIA (2024) e lançou os livros “VISIONÁRIO (2014)” ; “LETRA DE SOM (2022)”, “NO TEMPO QUE EU ERA GRANDE,(2024)”, além de ser o organizador da coletânea “VISIONÁRIOS ESCRITORES VOL. 1 (2023).
No princípio, eu, o surfista, quarava. Eu era o preto, como a loura me chamava. Naqueles dias, de plantão o sol estava, apesar das chuvas de verão. O lugar era bem frequentado, gente bonita e bronzeada, esparramada como tapete da areia dourada. Eu sempre trazia o pergaminho, cheio de letras, que juntava no caminho. Eram letras de músicas, muito loucas ou lúcidas que vinham em ondas surfadas ou contra as pedras, sempre espalhadas pela beira. E, queira ou não queira, a praia tem sempre a última palavra. Conversas se desenvolvem, assuntos se multiplicam, desejos se revelam, desejos, olhares e beijos… cada qual com sua missão de conquista; cervejeiros e banhistas, nadadores e surfistas, tudo misturado naquele aglomerado onde um dragão vomitava água doce para o banho. Não acha estranho que a arte mude a ordem das coisas? Pois bem, tenho uma história pra dizer, história que tem letras e cores e formas e flores. Tudo começa num determinado dia, a história da galeria.
Vou dizer a história da galeria, mas não ria, não que esse texto precise ser sério, uma vez que revela alegria, mas pela importância e simpatia. Só precisa ser repensado e seus ditos rimados e milimetrados com muita maestria. Seu Dunga é um farol que brilha até durante o dia. Poderia ser um livro inteiro pra dizer quem é o Dunga na fila do pão, mas não… Digo em poucas linhas.
Mais do que inventor de partido, pintor, escritor e querido, Dunga fotografa e, na luz de um estampido, com muita galhardia, criou para o povo a galeria.
Esta, com certeza não é uma agem que liga uma rua a outra, mas podemos dizer que ela tem o poder de ligar uma mente à outra. Também não é aquele tipo de galeria que um corredor seria, largo e comprido, com amplas janelas e teto de vidro, como em Milão, o quadrilátero, shopping medieval, não. Esta tem sempre um ar intelectual que paira sobre cabeças com alusões filosóficas, intensões antropológicas, explicações mitológicas, inspirações astrológicas, inconformadas, lógicas e revolucionárias e políticas. Forma-se nas paredes, nas horas das sombras, mas usa luz, muita luz. É na parede das sombras da tarde que a galeria arde em forma de vida. Não é bem assim como The wall, do Pink Floyd, que derruba muro, de modo mais puro. Dunga espalha a exposição no muro e cada peça emite sua luz, arte que vira estrela, exposição constelação. E os olhos irados da plateia formam planetas, satélites e asteroides na galáxia da imaginação. Leitura de imagens, de letras e de intenções estão a formar órbitas e algumas am em alta velocidade como cometas. Compreender o universo dessa galeria é participar da miscigenação, da força que explode em atração pelo belo, pelo elo da união, sendo parte da população que se reúne no “quem me quer” e segue o lume que ela mesmo faz em busca dessa sacralidade de ser da praia; não uma praia qualquer, a dos ARTISTAS, a que tem vistas voltadas para a galeria. Era o que se via, é o que se vê, e como diz Belchior, “quem viver verá”. A galeria seria e será em qualquer lugar, pois a arte é itinerante, perambulante e irremediavelmente flagrante das coisas que se fala e se faz, principalmente do que nos apraz, do que a imaginação nos traz, e os artistas também. Por trás dessa parede está ele, o Dunga, matando sua sede de ver o povo sorrir, de contemplar gente se unir para ler, esculpir, pintar e cantar a beleza de se expor como a natureza do mar, sempre a acompanhar, espalhado e misturado, formando constelação de “artistage” na parede em vernissage ao que deve ser conhecido, a galeria no seu comprido. O meu dever é cumprido de propagar, enaltecer esse fenômeno que vi acontecer e que acontece em mim até morrer.
GALERIA DO POVO
EU QUERO EXPOR
DE NOVO
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Coordenação da coluna no âmbito da SPVARN: Adélia Costa
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