Professor, economista, Cientista Politica, comunista, headbanger, flamenguista, americano e apreciador de Jack Daniels 73g2n
Hoje, em Natal, os transportes coletivos paralisaram suas atividades. Algo absolutamente normal dentro de um sistema democrático, onde as demandas de uma categoria se defrontam com os interesses dos empresários do setor e quando a mediação do governo municipal fracassa. Normal também a agonia dos usuários que tem que se virar para chegarem aos seus locais de trabalho.
A categoria pediu reajuste escalonado de 13,6% no vale-alimentação e de 15,5% no auxílio-saúde, além da recomposição integral do salário, também escalonado, no total de 6,2%, em outubro. Mas os coitados dos empresários já se posicionaram contra o pedido, afirmando que o setor sofre com as “restrições econômicas” impostas ao setor e a “instabilidade jurídica” que se expressa, segundo os empresários, na falta de regulamentação dos mototaxistas e o projeto de subsídio, paralisado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que é de R$ 60 milhões, e ofereceram 5,2% de reajuste.
A questão dos transportes coletivos é tão antiga quanto sua não resolução e. numa cidade cuja malha urbana é um desafio, os 349 ônibus que a formam. A tarifa, que fica entre R$ 4,30 e R$ 4,90 e quem quiser saber mais sobre “mobilidade urbana” Natal, consulte o documento, feito pela Prefeitura Municipal de Natal, chamado “Mobilidade Urbana” e talvez, se você tiver paciência, compreenda as dificuldades de gestão do setor.
Mas para aquele que tem um salário médio mensal de R$ 1.600 e utiliza o sistema quatro vezes por dia, gastará cerca de R$ 17 por dia e se trabalhar 20 dias por mês, desconsiderando os sábados e domingos, terá 21% da sua renda comprometida apenas com o deslocamento para trabalhar, isso desconsiderando que o usuário tenha vida e que utilize transporte coletivo em outros momentos.
Não sou especialista na área e, por conseguinte, não me atrevo em me aprofundar sobre o sistema em si, mas posso lembrar que essa cidade, que hoje tem perto de 785 mil habitantes, já teve uma frota de quase 800 ônibus, mas que com as mudanças ocorridas nos últimas vinte anos encolheu, enquanto o número de “uberistas” já encosta nos 20 mil.
O caos urbano é uma realidade e não temos como fugir dela, e a “inundação” de carros particulares, mesmo com o encolhimento dos taxis, fruto de uma melhoria na renda das pessoas e do fortalecimento da camada média, provou uma mudança estrutural na organização do sistema de transporte coletivo na cidade.
E não há solução à vista. Os gestores, muito comprometidos com o setor empresarial, por razões óbvias, tem uma certa complacência com a qualidade da oferta do serviço, considerado, segundo boa parte dos que os usam, ruim e invariavelmente se posicionam com uma “neutralidade objetiva” que compreende o setor empresarial, tanto é que estão recorrendo aos mal afamados subsídios, que quando é para servir aos trabalhadores e trabalhadoras é uma desgraça, mas quando é para um setor empresarial, parece existir uma sincera preocupação.
Podemos alegar, em defesa dos gestores, que o subsídio evitaria o pior, mas isso significa que os recursos para isso, saem de algum lugar e serão invariavelmente pagos pela comunidade natalense.
Por enquanto, se a demanda da categoria dos rodoviárias for minimamente atendida, veremos o imediato ree para o preço das agens, lembrando que em dezembro ocorreu o último reajuste, que foi de 8,8%.
E aqueles que se espremem nos ônibus, em condições que já deveria ter ado do razoável, permanecem reféns da um modelo urbano em que o chamado proletariado amarga seu destino: a despela.
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