LUTO

Morre Sebastião Salgado, referência mundial no Fotojornalismo Documental 1s6g2x

23/05/2025 13h47 1t3v6g

Por: Maria Emanuela Fernandes sob supervisão de Hiago Luis

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Foto: Daryan Dornelles/Fotonauta
 
Registra-se hoje, sexta-feira (23), o falecimento de Sebastião Salgado (81), fotógrafo brasileiro amplamente reconhecido por sua contribuição ao fotojornalismo documental e à reflexão crítica sobre questões sociais, ambientais e humanitárias. Sua trajetória consolidou-se como uma das mais relevantes da fotografia contemporânea.
 
Nascido em Aimorés (MG), Salgado formou-se em economia antes de dedicar-se integralmente à fotografia a partir da década de 1970. Seu trabalho caracterizou-se pelo uso do preto e branco, pela abordagem de temas estruturais — como trabalho, migração, pobreza e meio ambiente — e por uma metodologia de longo prazo que priorizava a imersão nos contextos retratados.
 
Entre suas principais séries estão “Trabalhadores” (1993), que documenta a força de trabalho em diversos países; “Êxodos” (2000), voltada aos movimentos migratórios e à condição dos refugiados; e “Gênesis” (2013), um extenso ensaio fotográfico sobre regiões e povos relativamente preservados do impacto da modernidade. Seu trabalho foi amplamente exibido em museus, publicado em livros e incorporado a acervos institucionais de prestígio internacional.
 
Além disso, em 1998, Salgado e a esposa, Lélia Wanick, iniciaram um projeto com o intuito de reflorestar mais de 600 hectares de uma antiga fazenda de gado, propriedade da família. Com a ajuda de voluntários, o casal plantou mais quatro milhões de mudas de árvores nativas no local, que fica no município de Aimorés (MG), no Vale do Rio Doce. Aqui, fundou o Instituto Terra, que objetiva a preservação da bacia do Rio Doce, afetada por desastres como o de Mariana (MG).
 
O projeto foi ampliado, alcançando mais de 7 mil hectares de área reflorestada, e os resultados obtidos ao longo do tempo são notáveis. Além da recuperação da vegetação nativa, a área, hoje reconhecida como Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), tornou-se habitat para 228 espécies da fauna. Entre os animais que aram a habitar o local estão tamanduás-mirins, lobos-guarás, bugios e jaguatiricas.
 
Em 2014, sua trajetória foi tema do documentário O Sal da Terra, codirigido por Wim Wenders e Juliano Ribeiro Salgado, que foi indicado ao Oscar de Melhor Documentário e consolidou seu reconhecimento também fora do meio fotográfico.
 
A informação foi confirmada pelo Instituto Terra. O fotógrafo morreu em Paris. A causa da morte não foi divulgada.
 
Nota de Pesar
 
Neste momento de luto, O Potiguar Notícias presta esta pequena homenagem ao legado de um brasileiro que dignificou a fotografia como instrumento de transformação social e reflexão ética. À família, amigos e iradores, expressamos nossa solidariedade e respeito. Que sua obra permaneça como farol para as gerações futuras.
 
Sebastião Salgado deixa um legado de documentação rigorosa e engajada, cujo impacto se estende das artes visuais à reflexão crítica sobre a realidade contemporânea. Seu falecimento representa uma perda significativa para o campo da fotografia e para o debate público sobre temas estruturais da vida social e ambiental.
 

Fonte: com informações de CNN Brasil


Autor: Maria Emanuela Fernandes sob supervisão de Hiago Luis